terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A ecografia na avaliação dos nódulos de tireoide

A ecografia ou ultrassonografia é um dos exames mais importantes na avaliação dos nódulos de tireoide. Através deste exame de imagem, informações sobre a natureza da lesões da tireoide podem ser observadas, como tamanho, contornos e vascularização. Abaixo seguem duas listas de achados ecográficos que se associam a um risco maior e menor de câncer, respectivamente.




Achados ecográficos associados a um maior risco de câncer:

1- nódulo hipoecoico
2- presença de microcalcificações
3- vascularização no centro do nódulo
4- margens irregulares
5- halo incompleto
6- nódulo mais "alto" do que "largo"
7- crescimento documentado em pelo menos 2 exames


Achados ecográficos associados a um menor risco de câncer:

1- nódulo hiperecoico
3- vascularização na periferia do nódulo
4- aspecto espongiforme
5- sombra acústica em cauda de cometa

Observação: nenhum desses achados isolados ou em conjunto é capaz de determinar se um nódulo é maligno ou benigno. A ecografia serve para respaldar a decisão de ser investigar mais ou menos profundamente um nódulo de tireoide.


Referência:
1- Blum M. Overview of the clinical utility of ultrasonography in thyroid disease. UpToDate.


Para saber mais...

Vídeo: Ultrassom de tireoide - o que significa hipoecoico, isoecoico e hiperecoico



Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista titulado pela SBEM
Doutor e Mestre em Endocrinologia pela UFRGS
CREMERS 30.576 - RQE 22.991
Santa Maria - RS

Texto revisado em 27 de setembro de 2020.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Pressão alta e hormônios: quem deve investigar aldosteronismo primário?

Chamamos de aldosteronismo primário a produção autônoma e excessiva do hormônio aldosterona pelas glândulas adrenais, localizadas uma em cima de cada rim. A aldosterona em excesso pode levar a quadros de pressão alta de difícil controle, logo, alguns pacientes merecem investigação para esta doença. São eles:

Rins e glândulas adrenais.

Rins e glândulas adrenais.


1- hipertensos com potássio baixo em uso ou não de diuréticos.

2- hipertensos graves (pressão arterial maior que 150/100 mmHg).

3- hipertensos refratários, isto é, pacientes que estão com a pressão alta apesar de estarem usando pelo menos três medicamentos.


5- hipertensos com apneia do sono.

6- hipertensos com história familiar de hipertensão ou derrame cerebral antes dos 40 anos de idade.

7- hipertensos com familiares de primeiro grau com diagnóstico de aldosteronismo primário.

8- hipertensos com fibrilação atrial.

Qualquer paciente com pressão alta que se enquadre em pelo menos um dos critérios acima deve fazer o exame de rastreamento com dosagem da aldosterona e atividade da renina plasmática no sangue.


Referência:
1- Young WF. Diagnosis of primary aldosteronism. UpToDate.


Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista titulado pela SBEM
Doutor e Mestre em Endocrinologia pela UFRGS
CREMERS 30.576 - RQE 22.991
Santa Maria - RS


Texto revisado em 6 de setembro de 2020.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Cereais integrais reduzem o risco de morte

Menor risco de morte por doenças cardiovasculares e por qualquer causa

Artigo publicado na revista médica JAMA trouxe mais dados positivos sobre o consumo de cereais integrais. Neste estudo, foram avaliados mais de 100 mil indivíduos por até 26 anos. Cada porção de cereais integrais consumida diariamente foi associada com uma redução de 5% no risco de morte por qualquer causa e de 9% no risco de morte por doenças cardiovasculares.



Substituir uma porção de refinados por integrais já traz benefícios

Os pesquisadores também estimaram qual seria o benefício em substituir uma porção de cereais refinados por integrais (por exemplo, substituir o pão branco pelo pão integral): 4% de redução no risco de morte por qualquer causa e 8% de redução no risco de morte.


Baixos índice glicêmico e micronutrientes são a chave

Segundo os autores, o efeito benéfico dos cereais integrais se deve a sua menor capacidade em elevar rapidamente os níveis de açúcar no sangue, além da presença de nutrientes benéficos como magnésio, vitaminas e fitoquímicos.
Fica a dica para viver mais e com o coração mais saudável: prefira os integrais!

Fonte: Medscape


Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista titulado pela SBEM
Doutor e Mestre em Endocrinologia pela UFRGS
CREMERS 30.576 - RQE 22.991
Santa Maria - RS

Texto revisado em 6 de setembro de 2020.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Teste do monofilamento e pé diabético

Na avaliação dos pés do paciente diabético, usamos um monofilamento de 10 gramas para testar a sensibilidade à pressão em 12 pontos (6 em cada pé), onde mais comumente ocorrem úlceras (feridas). A perda de sensibilidade ao monofilamento em qualquer um dos pontos eleva o risco de úlceras nos pés. O teste é simples, rápido, barato e muito informativo. Abaixo, figura com os pontos a serem avaliados pelo médico endocrinologista.

Fonte: UpToDate OnLine


Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista titulado pela SBEM
Doutor e Mestre em Endocrinologia pela UFRGS
CREMERS 30.576 - RQE 22.991
Santa Maria - RS

Texto revisado em 3 de setembro de 2020.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Avaliação oftalmológica do paciente com diabetes

Segundo a Associação Americana do Diabetes (ADA), todo paciente com diabetes deve fazer avaliações regulares da retina. A retina é a camada mais interna do olho, responsável em transformar a luz visível em impulsos nervosos que serão transmitidos ao nosso cérebro. O diabetes pode causar danos na retina, ou retinopatia, levando à perda da visão e cegueira.
A avaliação oftalmológica recomendada é a seguinte...



Diabetes mellitus tipo 1: primeira avaliação 5 anos após o diagnóstico. Se não houver sinais de retinopatia, a avaliação poderá ser refeita a cada 2 anos.

Diabetes mellitus tipo 2: primeira avaliação no momento do diagnóstico. Se não houver sinais de retinopatia, a avaliação poderá ser refeita a cada 2 anos.

Gestantes com diabetes pré-gestacional: mulheres com diabetes que engravidaram devem avaliar o fundo do olho já no primeiro trimestre da gestação. Conforme os achados, o médico oftalmologista definirá o melhor seguimento, que costuma ser feito de perto já que existe risco de progressão rápida da doença na retina durante a gravidez.


Referência:
1- American Diabetes Association. 11. Microvascular Complications and Foot Care: Standards of Medical Care in Diabetes-2020. Diabetes Care 2020; 43:S135.


Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista titulado pela SBEM
Doutor e Mestre em Endocrinologia pela UFRGS
CREMERS 30.576 - RQE 22.991
Santa Maria - RS

Texto revisado em 9 de agosto de 2020.

Avaliação da retina do diabetes tipo 2

Diferentemente do diabetes mellitus tipo 1, pacientes com diabetes mellitus tipo 2 já devem ser encaminhados ao médico oftalmologista para avaliação do fundo do olho no momento do diagnóstico. Diferentes estudos (figura abaixo) mostram que 10 a 20% das pessoas com diabetes tipo 2 já têm problemas na retina no momento do diagnóstico! Fica a dica...

Fonte: UpToDate OnLine




Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista titulado pela SBEM
Doutor e Mestre em Endocrinologia pela UFRGS
CREMERS 30.576 - RQE 22.991
Santa Maria - RS

Texto revisado em 9 de agosto de 2020.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Onze passos do monitoramento do paciente com diabetes mellitus

O diabetes mellitus é uma doença crônica, isto é, não tem cura. Toda doença crônica precisa ser monitorada para que se evite progressão e complicações. Os cuidados a seguir são essenciais:


1- Aconselhamento a abandonar o cigarro: todo paciente com diabetes fumante deve ser abordado em TODAS as consultas sobre os malefícios do tabaco, além de ser incentivado a abandonar este hábito.

2- Pressão arterial: deve ser medida em toda consulta e mantida abaixo de 120-130/80 mmHg.

3- Exame do fundo do olho: nos pacientes com diabetes tipo 2, deve ser feito no momento do diagnóstico. No diabetes tipo 1, cinco anos após o diagnóstico. Este exame poderá ser repetido a cada 1 ou 2 anos dependendo dos achados. Intervalos menores podem ser necessários conforme orientação do médico oftalmologista.

4- Exame dos pés: deve ser realizado anualmente. Caso se observe alguma normalidade, o exame será repetido a cada nova visita.

5- Exame odontológico: todo paciente com diabetes deve procurar o dentista pelo menos uma vez ao ano. A doença periodontal, apesar de não ser mais frequente, é mais grave no diabetes.

6- Avaliação do perfil lipídico: exames do colesterol e triglicerídeos devem ser realizados anualmente.

7- Hemoglobina glicada: um dos parâmetros mais importantes, mostra o controle da glicose do paciente com diabetes. Deve ser realizado em intervalos de 3 a 6 meses, dependendo do caso.

8- Albuminúria: o exame de urina que mostra dano inicial nos rins deve ser feito no momento do diagnóstico em pacientes diabéticos tipo 2 e cinco anos após o diagnóstico em pacientes diabéticos tipo 1. Caso esteja normal, deverá ser repetido anualmente.

9- Creatinina: a avaliação da função dos rins deve ser realizada anualmente ou com maior frequência se houver indicação.

10- Vacinação: o paciente com diabetes deve estar vacinado para pneumonia, gripe, hepatite B e tétano. É importante avaliar o calendário vacinal.

11- Educação: o aprendizado é contínuo. A cada nova consulta, dúvidas devem ser sanadas e novas habilidades ensinadas para melhorar o autocuidado e a qualidade de vida.

Referência:
1- Wexler DJ. Overview of general medical care in nonpregnant adults with diabetes mellitus. UpToDate.

Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista titulado pela SBEM
Doutor e Mestre em Endocrinologia pela UFRGS
CREMERS 30.576 - RQE 22.991
Santa Maria - RS

Texto revisado em 3 de agosto de 2020.